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Yesterday Revisitado - The Beatles e meu querido pai

Queridos, em dezembro passado, quando fomos de férias ver a família e os amigos, assisti ao filme Yesterday no avião.


Não gostei muito pois achei que a história não ficou bem amarrada, que faltava algo ao filme. Até cheguei a postar um breve texto falando sobre minha experiência.


Mas o filme reacendeu uma antiga e forte paixão, junto com uma memória ao mesmo tempo muito feliz e profundamente dolorida: foi meu pai quem me introduziu aos Beatles.


Minhas lembranças de muito pequeno incluem a trilha sonora dos Beatles e ver meu pai curtindo (e me “explicando”) as orquestrações de ‘A Day in the Life’ ou de ‘The Long and Winding Road’, ou discorrendo sobre as histórias de fundo das canções.


Ou me contando da surpresa dele, já revolucionário na luta armada, vendo as jovens dançando e cantando todas as músicas deles num dos filmes famosos dos Beatles.


Ou das inúmeras vezes que ele falava da cena no mesmo filme, dos 4 Beatles chegando às suas casas supostamente simples e geminadas e, quando abriam as portas, dentro era uma mega mansão.


Meu pai gostava de contar as mesmas histórias várias vezes, uma mania que também desenvolvi, para desespero dos meus filhos.


Hoje entendo a cara de decepção dele quando, ao me ofertar comprar todos os 13 LPs oficiais dos Beatles para celebrar meu aniversário de 15 anos, eu preferi pegar só um (Let it be) e aproveitar para expandir minha então parca coleção musical com Milton Nascimento, Gismonti, Led Zepelin e tantos outros que, no fundo não existiriam sem os Fab Four.


Se eu pudesse voltar no tempo, faria diferente e pegaria todos nem que fosse só para satisfazer a fantasia dele... coisas que só entendemos quando viramos pais.


Pois bem, após voltar a escutá-los com alguma frequência, resolvi assistir de novo ao filme e mudei radicalmente de opinião: adorei, é muito bom e quero ver de novo e de novo. Minha filha tinha razão!


E é a melhor homenagem que poderiam ter feito ao impressionante legado, à profunda mudança no mundo (não só musical) causada pela música deles.


O mais incrível é pensar que grande parte do material revolucionário deles é da última fase, dos tempos de estúdio, de pouquíssimos anos e de intensa criatividade.


E ainda está tudo atual, fresco, parece que foi feito ontem...


Em 300 anos tenho certeza que, da pouca música do século XX que será considerada “Clássica”, os Beatles estarão lá.


Para quem quiser ouvir as músicas que aprendi a gostar com meu querido pai, além de outras que descobri nos últimos anos, aqui vai minha playlist dos Beatles no Spotify.


All we need is love!




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